domingo, 13 de fevereiro de 2011

Das veias


A porta foi aberta repentinamente. Um estrondo. Dores arrancadas das suas camadas protetoras. A porta foi destravada sem o mínimo de remorso ou delicadeza. Eram peles destoando pelo universo do inanimado. Não era possível entender os motivos ou refazer os sentidos curados. O movimento era de entrega e medo. De descoberta e acolhimento. Era uma procura insana pela doçura de um sorriso. A porta foi escancarada e com ela, todas as cores se espalharam pela esteira cinza. Uma explosão de vontades e cadências. Ilusões amarrotadas. Invenções ajuizadas. Um pouco do tempo escorrendo pelos dedos. Respostas a conta gotas. Procuras a trovejar. Encontros a despedaçar os momentos. A porta foi arrancada de dentro. Veias saltitavam e traziam todas as respostas...com calma, cor e intensidade.