terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Abria a porta lentamente. O barulinho que saía de dentro da casa era sereno, suave. Porém, causava um estrondo enorme. E, ela, abria a porta lentamente. Um leve sussurro, no entanto, a fez esperar. Trocou de chave. O molho repleto de chaves de diferentes cores e tamanhos sambou em suas mãos suadas. Foi um gingar intenso. As chaves cairam. Todas, das suas mãos. Ela parou. Olhou novamente para a porta. Escutou o som que agora já não sussurava mais, fazia um zig-zag com o vento, como guizos rebolando descompassadamente. Olhou para as chaves que pousavam no chão. Branco, como os seus dedos velozes. Esperou mais um pouco. Examinou cada possibilidade. Sorriu. Agachou-se vagarosamente e apanhou as possibilidades espalhadas. Continuou a abrir a porta. Chave por chave. Som por som. Dedos por dedos. Devagar...

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