Quando Mares acordou, já não era
dia. Ela estava coberta por uma névoa alaranjada com cheiro de luar se
aproximando. Teu nome, Mares, tinha sabor de mistério. Tuas cores pareciam tão
palpáveis e, ao mesmo tempo, tão distantes. Mares havia despertado de um vôo
incrível. Um vôo pelos caminhos e ruelas mais estreitas. Miúdas frestas capazes
de descortinar um novo mundo. Um vôo por dentro. Rotas de útero, de sangue, de
nervos. Rotas de medos, segredos, máscaras e verdades. Mares pousou. E, ao pousar,
suas ondas e ciclos fizeram-se firmes, moldaram-se ela. Quando Mares acordou, já
não era dia. Era vida pulsante e inteiramente dela.
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