sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Glória




Glória sentou na calçada. Com as mãos sobre a face, olhos para a Lua, lá no alto, em um céu tão inatingível e perguntou: "por quê?". Não obteve resposta. Levantou, com os olhos molhados por lágrimas tão confusas, tão irreais e decidiu seguir em frente. Sem resposta. Porque naquele momento, Glória sabia que nada, nem ninguém iria convencê-la do que quer que fosse.

A única certeza que tinha era a de que sim, ela era forte. Meu Deus! Quantas vezes duvidou disso, quantas vezes achou que ser forte era nutrir e retroalimentar uma grande armadura inquebrável, invencível. NÃO! Não, Glória. Ser forte (disse a Lua, embora ela não tenha percebido de onde vinha a mensagem...) é um estado de espírito. Ser forte não é proteção, é saber-se inteira, é sentir-se inteira. É ter consciência da sua própria intensidade. Sim, Glória, você está forte...

Os passos pareciam mais seguros, mais revoltos também. E ela seguiu um destino traçado. Ela encontrou um começo dentro de si mesma. Olhou ao redor, perguntou por seus amigos, perguntou por seus amores, perguntou por suas histórias e viu um espelho de flores. Estranhamente posicionado logo ao lado do seu coração.

E eram flores tão lindas...
E são flores tão lindas....

Ilustração: Vânia Medeiros

Um comentário:

Giulia disse...

Plantamos e colhemos. As vezes colhemos o que nào plantamos, mas o que plantamos cresce sempre pronto para a colheita...Sempre!!!!!