domingo, 6 de maio de 2012

Encostada na minha árvore, quase não pude escutá-la. Tamanha foi a nossa fusão. De dentro de mim (ou dela) saía um canto mágico que ia nos embalando sem que ao menos me desse conta da magia daquele momento único. Acariciava, delicadamente, as plantinhas que enredavam das suas raízes firmes, robustas. Eram folhinhas tão lindas, tão pequeninas e davam sustentação àquela árvore enorme, de tronco grosso, galhos retorcidos e uma copa que fazia círculos no céu. Apenas consegui admirar aquela grandeza e me ater, me encontrar com aquelas folhinhas que enredavam as suas raízes. Por um momento, me senti árvore também. As cascas dela são as minhas cascas, que sempre existirão. O cheiro do seu tronco, é o cheiro do meu útero, que pulsa sem que eu possa tocá-lo. O verde das suas frestas é o meu olhar, que tateia o mundo em lágrimas. Os galhos retorcidos são minhas mãos, agora suaves, agora capazes de acariciar sem ferir.

A árvore e eu, numa dança de movimentos de mundo.
Um uivo, um sussurro, um pedido, um alento, um desabafo...

Um comentário:

Giulia disse...

Perfeita relação de amor!