Fim do mundo. Irritante mídia que atrofia os sentidos mais profundos dos
processos que desconhece. Irritante imprensa que amarrota as
sensações mais lindas e as pisoteia sem piedade. Fim do mundo é começo.
Toda estiagem profunda, aponta para novas possibilidades de semeaduras e
colheitas. Esse é o sentido do fim. Deixar espaço para que venha o
começo. São os ciclos, os movimentos, as mudanças que fazem com que
exista vida. Fim do mundo é um momentinho para respirar com mais
suavidade e olhar para as crateras que andamos abrindo em nossos
cotidianos. Crateras de medos tortos. Crateras de defesas tantas. É momento de acariciar estas crateras com uma força de vem sabe-se lá de
onde. Do fim, talvez. Do universo. Dos deuses. Dos orixás. Das águas.
Dos úteros. Dos pés. Uma força que vem do fim. Do mundo. Do mudo medo de
ser feliz. Afinal, todo estranhamento causa um medo tamanho... E
acariciar as crateras da alma é a única forma de enxergá-las, sem
pressa. E isso muda tudo.
Que venha o fim!
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